* O mito não é uma mentira, pois é
verdadeiro para quem o vive. A narração de determinada história mítica é
uma primeira atribuição de sentido ao mundo, sobre o qual a afetividade
e a imaginação exercem grande papel.
Não podemos afirmar também que o mito é uma ilusão, pois sua história
tem uma racionalidade, mesmo que não tenha uma lógica, por trabalhar com
a fantasia.
* O mito é muito confundido com o conceito
de lenda, porém esta não tem compromisso nenhum com a realidade, são
meras histórias sobrenaturais.
O mito não é exclusividade de povos primitivos, nem de civilizações
nascentes, mas existe em todos os tempos e culturas como componente
inseparável da maneira humana de compreender a realidade. O mito é, na
realidade, uma maneira de entender o passado
*
Alguns autores reduzem os mitos a narrativas referentes há tempos
antiquados e elaborados em épocas pré-críticas, isto é, antes do uso de
métodos racionais de estudo e análise.
Entendem que o mito tornou-se, com o tempo, mera literatura, embora
encontrem dificuldades para estabelecer com precisão quando teria
cessado a criatividade mítica.
Outros estudiosos, ao contrário, consideram o pensamento mítico um
constante estudo sobre o estudo e a classificação dos caracteres físicos
dos grupos humanos, complementares ao pensamento racional e não um
estágio "menos evoluído" deste.
Apontam, para demonstrá-lo, sinais de que o pensamento mítico está em
operação em muitas das manifestações culturais contemporâneas como a
arte.
O pensamento racional e científico não seria, portanto, um decifrador de
mitos e substituto do pensamento mítico, mas pode ser capaz de
reconhecer sua atualidade.
Enquanto a astronomia, com suas descobertas, esvaziou os céus, antes
povoados de deuses, a sociologia e a psicologia descobriram forças que
se impõem ao pensamento e à vontade humana, e portanto, atuam e se
manifestam de modo independente.
Muito interessante e esclarecedor, pois eu mesmo tinha dúvidas quanto à esta diferenciação.
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